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As amígdalas são duas
estruturas localizadas na parte posterior da boca, em ambos os lados da
garganta. São constituídas por tecido linfoide (tecido em que se fabricam
defesas contra a infeção), representando uma primeira barreira de proteção.
Esta posição vulnerável contribui para que, por vezes, sejam também foco de
infeção.
A amigdalite é a inflamação das amígdalas e a faringite a inflamação da faringe. Ambas se manifestam por dor de garganta e, como ocorrem na maior parte das vezes em simultâneo e as amígdalas fazem parte da faringe, fala-se em faringoamigdalite aguda ou faringite aguda.
Quais são as causas da amigdalite aguda?
Os vírus são a principal causa de amigdalite, ocorrendo sobretudo nos meses frios. A transmissão ocorre por via respiratória através de gotículas de saliva expelidas ao tossir, espirrar ou falar, sendo por isso mais fácil a contaminação em locais fechados e aglomerados de pessoas.
Dentro das bactérias, o Streptococcus pyogenes é o mais frequente (amigdalite estreptocócica). Estima-se que esta bactéria seja responsável pela infeção em menos de 1/3 dos casos de doença entre os 3 e os 13 anos. Em crianças com idade inferior ou igual a 2 anos, a incidência da amigdalite causada por bactérias é desprezível, ou seja, quase nunca necessitam de tratamento com antibiótico.
Quais são os sintomas e como se faz o diagnóstico?
Os sintomas de amigdalite aguda vírica e bacteriana são facilmente confundíveis.
A dor de garganta é o sintoma mais comum, acompanhada ou não por febre (que pode ser alta e difícil de ceder), tosse, nariz obstruído e, menos frequentemente, dejeções mais moles, vómitos e dor de cabeça.
A visualização de pús nas amígdalas não é suficiente para se concluir a causa, pois há vírus que o provocam.
A presença de um exantema rugoso (pele com manchas vermelhas ásperas ao toque) é o sinal mais fidedigno de etiologia estreptocócica.
Quando o médico suspeita de uma causa bacteriana, pode recorrer à zaragatoa da orofaringe: um teste em que se raspa um cotonete nas amígdalas e se envia para o laboratório para análise. A partir deste material, será feito um teste rápido (10-15 minutos) que permite orientar o tratamento: se resultar positivo será iniciado antibiótico. Cerca de três dias depois, chegará o resultado da cultura que permitirá concluir com mais segurança se se trata ou não de uma amigdalite causada por bactérias.
Qual o tratamento?
Ao contrário do que possa pensar e, uma vez que a maior parte das amigdalites agudas são de causa vírica, não há indicação para o tratamento com antibiótico!
As amigdalites víricas (a maioria) curam-se sem antibiótico em menos de uma semana. Assim, o tratamento passa pelo alívio sintomático: reforçar ingestão de líquidos, analgesia para a dor de garganta, arrefecimento e antipiréticos se existir febre.
Se o médico suspeitar de origem bacteriana da amigdalite, irá propor-lhe duas opções de tratamento, ambas igualmente eficazes: penicilina intramuscular em toma única ou amoxicilina oral (antibiótico do grupo da penicilina) durante 7 a 10 dias.
Então quando será necessário o tratamento antibiótico?
Só o médico poderá decidir se será ou não necessário prescrever antibiótico.
O primeiro dado orientador é a idade: podemos afirmar que uma criança com idade inferior ou igual a 2 anos só excecionalmente necessitará de antibiótico já que virtualmente todas as amigdalites nesta faixa etária são causadas por vírus.
O conjunto de sinais e sintomas também contribuem para o diagnóstico correto: a dor de garganta acompanhada por febre, nariz obstruído ou a pingar, tosse e dejeções mais moles, sugere-nos uma causa vírica e, por isso, não deve ser prescrito antibiótico.
Pelo contrário, o início súbito de dor de garganta e febre, exantema rugoso e amígdalas cobertas de pús, sugere-nos uma causa bacteriana. Se o quadro clínico for muito sugestivo ou se estiver disponível um teste rápido por zaragatoa da orofaringe com resultado positivo poderá ser prescrito antibiótico.
E se houver dúvidas, corro riscos no caso de não ser prescrito antibiótico?
Uma das complicações mais temidas da amigdalite aguda é a febre reumática, atualmente praticamente em extinção. O atraso no início da terapêutica antibiótica até 9 dias de doença não aumenta o risco de febre reumática, pelo que, nestes casos, se deve adotar uma atitude expectante até se saber o resultado do estudo da cultura da zaragatoa da orofaringe.
Tem-se assistido a uma prescrição exagerada e desnecessária de antibióticos, o que contribui para a seleção de microrganismos resistentes ao tratamento, por isso, a decisão de tratar com antibiótico deve ser ponderada apenas nos casos fortemente suspeitos e, se possível, com teste rápido ou cultura positivos.
"Ângela Pereira, com a colaboração de Manuela Costa Alves, Pediatra do Serviço de Pediatria do Hospital de Braga"
A amigdalite é a inflamação das amígdalas e a faringite a inflamação da faringe. Ambas se manifestam por dor de garganta e, como ocorrem na maior parte das vezes em simultâneo e as amígdalas fazem parte da faringe, fala-se em faringoamigdalite aguda ou faringite aguda.
Quais são as causas da amigdalite aguda?
Os vírus são a principal causa de amigdalite, ocorrendo sobretudo nos meses frios. A transmissão ocorre por via respiratória através de gotículas de saliva expelidas ao tossir, espirrar ou falar, sendo por isso mais fácil a contaminação em locais fechados e aglomerados de pessoas.
Dentro das bactérias, o Streptococcus pyogenes é o mais frequente (amigdalite estreptocócica). Estima-se que esta bactéria seja responsável pela infeção em menos de 1/3 dos casos de doença entre os 3 e os 13 anos. Em crianças com idade inferior ou igual a 2 anos, a incidência da amigdalite causada por bactérias é desprezível, ou seja, quase nunca necessitam de tratamento com antibiótico.
Quais são os sintomas e como se faz o diagnóstico?
Os sintomas de amigdalite aguda vírica e bacteriana são facilmente confundíveis.
A dor de garganta é o sintoma mais comum, acompanhada ou não por febre (que pode ser alta e difícil de ceder), tosse, nariz obstruído e, menos frequentemente, dejeções mais moles, vómitos e dor de cabeça.
A visualização de pús nas amígdalas não é suficiente para se concluir a causa, pois há vírus que o provocam.
A presença de um exantema rugoso (pele com manchas vermelhas ásperas ao toque) é o sinal mais fidedigno de etiologia estreptocócica.
Quando o médico suspeita de uma causa bacteriana, pode recorrer à zaragatoa da orofaringe: um teste em que se raspa um cotonete nas amígdalas e se envia para o laboratório para análise. A partir deste material, será feito um teste rápido (10-15 minutos) que permite orientar o tratamento: se resultar positivo será iniciado antibiótico. Cerca de três dias depois, chegará o resultado da cultura que permitirá concluir com mais segurança se se trata ou não de uma amigdalite causada por bactérias.
Qual o tratamento?
Ao contrário do que possa pensar e, uma vez que a maior parte das amigdalites agudas são de causa vírica, não há indicação para o tratamento com antibiótico!
As amigdalites víricas (a maioria) curam-se sem antibiótico em menos de uma semana. Assim, o tratamento passa pelo alívio sintomático: reforçar ingestão de líquidos, analgesia para a dor de garganta, arrefecimento e antipiréticos se existir febre.
Se o médico suspeitar de origem bacteriana da amigdalite, irá propor-lhe duas opções de tratamento, ambas igualmente eficazes: penicilina intramuscular em toma única ou amoxicilina oral (antibiótico do grupo da penicilina) durante 7 a 10 dias.
Então quando será necessário o tratamento antibiótico?
Só o médico poderá decidir se será ou não necessário prescrever antibiótico.
O primeiro dado orientador é a idade: podemos afirmar que uma criança com idade inferior ou igual a 2 anos só excecionalmente necessitará de antibiótico já que virtualmente todas as amigdalites nesta faixa etária são causadas por vírus.
O conjunto de sinais e sintomas também contribuem para o diagnóstico correto: a dor de garganta acompanhada por febre, nariz obstruído ou a pingar, tosse e dejeções mais moles, sugere-nos uma causa vírica e, por isso, não deve ser prescrito antibiótico.
Pelo contrário, o início súbito de dor de garganta e febre, exantema rugoso e amígdalas cobertas de pús, sugere-nos uma causa bacteriana. Se o quadro clínico for muito sugestivo ou se estiver disponível um teste rápido por zaragatoa da orofaringe com resultado positivo poderá ser prescrito antibiótico.
E se houver dúvidas, corro riscos no caso de não ser prescrito antibiótico?
Uma das complicações mais temidas da amigdalite aguda é a febre reumática, atualmente praticamente em extinção. O atraso no início da terapêutica antibiótica até 9 dias de doença não aumenta o risco de febre reumática, pelo que, nestes casos, se deve adotar uma atitude expectante até se saber o resultado do estudo da cultura da zaragatoa da orofaringe.
Tem-se assistido a uma prescrição exagerada e desnecessária de antibióticos, o que contribui para a seleção de microrganismos resistentes ao tratamento, por isso, a decisão de tratar com antibiótico deve ser ponderada apenas nos casos fortemente suspeitos e, se possível, com teste rápido ou cultura positivos.
"Ângela Pereira, com a colaboração de Manuela Costa Alves, Pediatra do Serviço de Pediatria do Hospital de Braga"