CONSELHOS SOBRE A TOSSE
A constipação
comum é, na verdade, um conjunto de infecções víricas que afectam os canais
nasais e a garganta e que produzem os sintomas típicos (de intensidade e
duração variáveis) da constipação: nos primeiros dias, a criança tem mucos de
cor clara ou transparente (como água), o nariz entupido, espirra de vez em
quando e queixa-se de dores ou ardor na garganta; também pode apresentar uma
febre moderada (menos de 39°) e uma tosse seca irritativa, frequente e incomodativa
que a impede de dormir bem. Além disso, é comum queixarem-se que se sentem
doentes e cansados. Alguns, inclusive, ficam afónicos e com os olhos irritados,
enquanto que as crianças mais crescidas costumam também ter dores de cabeça.
Não é pouco comum existirem sintomas digestivos associados, como diarreia,
vómitos e uma sensação de pouco apetite (o nariz entupido faz com que se sintam
incomodados ao comer).
Estas sensações
tão incomodativas melhoram em cerca de 3 dias ou ao fim de uma semana, embora a
secreção nasal se torne mais espessa e passe a ser amarela ou esverdeada, e a
tosse perdure ainda por vários dias (sobretudo à noite) e se torne mais
"produtiva" (parece vir do peito e "arranca" mucosidades
que não se vêem porque são sempre engolidas). Os sintomas desaparecem
normalmente em 10 dias, mas a duração total da constipação oscila entre 7 e 15
dias.
CAUSAS
Há mais de 200
tipos diferentes de vírus da gripe, sendo que os mais frequentes pertencem ao
grupo dos Rhinovirus, por isso não é surpresa nenhuma que as crianças contraiam
frequentemente esta doença. A época do ano típica do aparecimento das
constipações é de Setembro a Maio, período durante o qual temos uma média de 4 a 8 constipações, apesar
disso depender de vários factores, como a idade e a frequência ou não de um
infantário (factor determinante no contágio de constipações). Regra geral, se a
criança for para um infantário antes de completar 1 ano, apanhará 1 constipação
por semana; se for antes dos 2 anos, 1 cada 2 semanas, e assim sucessivamente.
As crianças que têm constipações frequentes normalmente não têm grandes
problemas, especialmente se forem crescendo bem e não tiverem tido complicações
delas resultantes. Não se preocupe demasiado com isso.
Existe a crença
comum de que as crianças se constipam porque “apanharam frio”, “por saírem com
o cabelo molhado”, “pela corrente de ar” ou “pelo ar frio”, mas estas não
passam de crenças sem fundamento. Na verdade, o que acontece é que os vírus que
causam a constipação comum estão mais presentes durante os meses de frio. O
contágio dá-se de criança para criança e é favorecido pela convivência em
grupos (escolas e, especialmente, infantários).
COMPLICAÇÕES
A ideia de que
as complicações se devem a "constipações mal curadas" é errada, já
que não existe nenhum tratamento eficaz contra elas e a única solução é esperar
que as defesas da criança vençam o vírus, coisa que costuma acontecer quase
sempre sem qualquer problema. A complicação mais comum é a infecção do ouvido,
cujas suspeitas aparecem porque a criança se queixa de dores de ouvido, toca
nele com frequência, ou está mais irritável. A febre, por sua vez, pode
reaparecer ou não. A pneumonia (ou pulmonia) é uma rara complicação que faz com
que a criança respire de forma rápida (mais de 40 vezes por minuto) e esforçada
(pode ver-se claramente como o peito sobe e desce) e que a febre exceda os 39°.
As sinusites são pouco frequentes em crianças pequenas, e costumam dar febre,
dores de cabeça, mau hálito e olheiras. Detectam-se porque a criança parece ter
piorado da constipação anterior e a sua secreção nasal continua a ser espessa,
amarela ou verde, mais ou menos abundante para além dos 7-10 dias da
constipação normal.
NOTA:
Se suspeitar que o seu filho pode ter alguma destas complicações resultantes da
constipação comum, ligue ao seu pediatra para o consultar ou dirija-se ao
serviço de urgências. Lembre-se de que uma consulta telefónica não substitui
uma visita em pessoa. Se estiver preocupado ou tiver dúvidas, vá ao médico.
MEDIDAS GERAIS PARA O TRATAMENTO
É muito
importante que ensine o seu filho a assoar-se a partir do momento em que seja
capaz de aprender a fazê-lo. Se não souber, faça você mesmo. Se o ambiente for
seco (ou se o aquecimento estiver ligado) o bebé poderá beneficiar do uso fraccionado
de um desumidificador. As gotas de soro fisiológico ou a água do mar à pressão
aplicada no nariz também o ajudará a respirar melhor. Estes produtos vendem-se
nas farmácias sem receita médica com as marcas SORO FISIOLÓGICO®, STERIMAR®,
SINONMARIN® ou RHINOMER F1® e servem para favorecer a eliminação das secreções
e provocar espirros. Quando houver muco muito abundante ou espesso, pode usar
uma pêra ou seringa, ou uma sonda NARHINEL® para extraí-lo, o que será mais
fácil depois de ter administrado as gotas ou a água do mar. Estes métodos são
indicados desde que não se abuse deles, já que podem irritar a mucosa nasal.
Visto que as
crianças constipadas têm dificuldades em comer e dormir, é mais prático
utilizar os métodos mencionados antes das refeições e antes de se deitarem.
Pode ser útil subir-lhes a cabeceira da cama pondo uma almofada macia ou uma
peça de roupa por baixo da parte superior do colchão para que o nariz não fique
tão entupido. Não misture preparados concentrados de ervas (eucaliptos, etc.)
na água do desumidificador nem os aplique directamente na pele, especialmente
nas crianças pequenas.
REMÉDIOS PARA A CONSTIPAÇÃO
Embora estejam à
venda centenas de preparados para a constipação, a verdade é que não existem
fármacos realmente eficazes para diminuir a sua duração e, além disso, alguns
podem ter efeitos secundários. Não é aconselhável medicar as crianças com menos
de 6 meses por este motivo, dado serem frequentes os efeitos secundários
negativos. Também não é recomendável medicar as crianças maiores, a não ser que
os sintomas sejam muito intensos (tosse ou obstrução nasal) e que seja
necessário aliviá-los.
Se decidir
medicar o seu filho, faça-o apenas nos momentos de maior necessidade (ao deitar
ou antes de o levar à escola). Tenha o cuidado de lhe dar a dose recomendada
para o seu peso ou idade (as doses erradas podem ser ineficazes ou
prejudiciais) e deixe de o fazer se vir que não nota melhoras. Deve parar com a
medicação quando a criança se sentir melhor e, em todo o caso, não prolongue um
tratamento com fármacos durante mais de 7 dias sem primeiro ter consultado o
seu pediatra.
Há quatro tipos
de medicamentos que supostamente podem contribuir para aliviar os sintomas: os
antihistamínicos, que diminem (mas tornam espessas) as secreções; os
descongestionantes, que diminuem a inflamação das mucosas; os expectorantes,
que favorecem a expulsão das secreções, e os antitussígenos, que aliviam a
tosse (embora esta possa ser útil em algumas fases da constipação, já que ajuda
a expulsar as mucosidades). As fricções no peito não têm qualquer utilidade e
os antibióticos também não curam a constipação, mas sim as sobreinfecções
causadas por outros micróbios (bactérias), e devem usar-se sempre por
prescrição médica e nunca por iniciativa própria.
DIFERENÇAS ENTRE UMA CONSTIPAÇÃO E UMA
ALERGIA
As constipações,
especialmente se forem frequentes, podem ser difíceis de distinguir de uma
alergia, devido à semelhança dos sintomas. As alergias tendem a produzir uma
secreção de mucosidade relacionada com as mudanças de estação ou com o contacto
com o pó, a humidade, etc. A alergia é acompanhada de tosse seca, espirros
muito frequentes e/ou seguidos, ardor nos olhos e lacrimação abundante. As
crianças com alergia não têm febre, rouquidão nem dores musculares. E, contrariamente
à constipação, as alergias duram normalmente mais de duas semanas e podem ser
mais bruscamente desencadeadas após a exposição ao factor que as provoca (pó,
pólen, etc.) Uma vez que o tratamento da constipação e da alergia é diferente,
consulte o médico em caso de dúvidas.
QUANDO DEVO LEVAR O MEU FILHO AO MÉDICO
POR CAUSA DE UMA CONSTIPAÇÃO?
Requer atenção
pediátrica imediata se:
• Tiver mais de
38° de febre e idade inferior a 2 meses.
• Lhe custar
respirar e não parecer ter o nariz muito entupido.
• Respirar muito
depressa e essa respiração for lamuriante ou sibilante, ou se apresentar
“chiadeira”.
• Estiver tão
irritável que não consegue acalmá-lo, ou tão sonolento que não consegue
acordá-lo.
Pode esperar
algumas horas se:
• Tiver dores de
ouvido ou de cabeça.
• Tiver
secreções amarelas ou purulentas nos olhos.
• Tiver febre há
mais de 4 dias mas mantiver um bom estado geral.
• Tiver o nariz
irritado, como se estivesse "em carne viva", ou tiver crostas.
CONDUTA PRÁTICA CONTRA A CONSTIPAÇÃO NUMA
CRIANÇA
Se a criança se
sentir cansada ou doente, e tiver febre, é importante que descanse, apesar de
não ser necessário permanecer na cama. A maior parte das crianças constipadas
mostram-se pouco activas até se sentirem melhor. Se já frequentarem um infantário,
é conveniente manter os mais pequenos em casa durante 2 ou 3 dias enquanto se
recuperam. Não há problema que os mais crescidos vão à escola se estiverem bem,
a menos que tenham uma tosse frequente e intensa, febre ou outros sintomas que
interfiram com o seu trabalho escolar.
É importante que
lhes dê muitos líquidos para compensar as perdas produzidas pelo aumento de
mucosidades. Além disso, isso ajudá-los-á a que os mucos sejam mais fluidos e
as expectorações sejam mais eficazes, expulsando-os. Não se preocupe se o seu
filho não tiver vontade de comer sólidos.
A febre não é
prejudicial para o seu filho: é causada pelas defesas do organismo, que servem
para combater melhor os vírus. Mas se ultrapassar os 38.5-39° ou se a criança
se sentir mal, nesse caso o Paracetamol pode ser útil. Lembre-se de que deve
adequar a dose ao peso do seu filho. Se tiver febre mas estiver a dormir
tranquilamente, não o acorde para o medicar. A ASPIRINA® não é indicada para a
febre causada por infecções víricas.
CONSELHOS GERAIS SOBRE A TOSSE
A tosse é um dos
mecanismos que o corpo utiliza para eliminar as secreções infectadas que
permanecem nas vias respiratórias. Quando a tosse é "produtiva" e
"arranca mucosidade", não deve tentar suprimi-la a todo o custo,
embora seja oportuno aliviá-la se esta impedir que a criança descanse. O uso
exagerado de descongestionantes e calmantes da tosse nem sempre é muito eficaz
e, além disso, pode interferir na tosse como mecanismo de defesa natural ao
fazer com que as secreções sejam mais espessas e difíceis de eliminar. Se a
tosse for muito irritativa e seca, os antitussígenos ou antiespasmódicos podem
ser indicados durante os primeiros dias para melhorar um pouco o conforto do
paciente. Depois não costumam melhorar a tosse residual, ou seja, a que se
prolongará por mais 7 a
10 dias.
Importante: É pouco comum acontecer mas
o começo brusco de um ataque de tosse "canina" pode fazer com que a
criança se engasgue e indicar que um corpo estranho ficou alojado mesmo por
baixo das cordas vocais. Se se encontrar perante uma situação deste tipo,
dirija-se rapidamente ao seu médico ou ao serviço de urgências mais próximo.
A LARINGITE
A laringite, ou
Croup, é uma doença do aparelho respiratório que afecta principalmente a
laringe e as cordas vocais, mas que pode estender-se à traqueia e às vias
respiratórias que conduzem aos pulmões (brônquios). A laringite é causada por
muitos vírus diferentes, entre os quais se encontram os que produzem o catarro
comum e a gripe. Actualmente, é muito raro ser causada por alguma bactéria. O
contágio desta doença dá-se através das secreções respiratórias expulsas quando
uma criança tosse ou espirra próximo da cara de outra. Quando estas secreções
ficam depositadas num objecto, a criança também pode apanhar os germes ao tocar
nele com os dedos e ao levar depois as mãos à boca, ao nariz ou aos olhos.
Os sintomas da
doença começam 2 ou 3 dias após o contágio. É típica a tosse "canina"
(que soa como o ladrar de um cão), seca, afónica ou "metálica".
Geralmente, esta tosse agudiza-se e piora durante a noite, ou começa de
madrugada. É acompanhada de rouquidão, dores ou ardor na garganta e, por vezes,
de febre de 38º a 40º. Frequentemente, a tosse é tão intensa que origina
vómitos. Outras vezes, a criança pode apresentar um ruído grosseiro chamado
"chiadeira" cada vez que inala ar (inspira). A fase aguda da doença
passa em apenas 2 ou 3 dias, mas a tosse mais suave e com mucosidade pode durar
mais 1 ou 2 semanas.
Importante: Se o seu filho tiver
dificuldades em engolir, se salivar constantemente, se o peito afundar a cada
respiração e os lábios adquirirem uma cor roxa, se a chiadeira for intensa e
ocorrer sobretudo quando a criança inspira (mais do que quando tosse), deve
levá-lo imediatamente a um serviço de urgências.
TRATAMENTO DA LARINGITE
Quase todos os
casos de laringite melhoram após a respiração num ambiente húmido, embora seja
preferível este ser mais frio do que quente (a maioria dos desumidificadores
produz ar quente). É aconselhável não agasalhar demasiado a criança nem
mantê-la num compartimento fechado, desconfortável ou abafado. Pode ter a
certeza de que melhorará muito se respirar o ar fresco da noite: na varanda, no
terraço ou na rua. Não se preocupe com o facto de o deixar respirar este ar.
Faça-o sem medo, não é por isso que "vai apanhar uma constipação mais
forte". Por outro lado, é provável que ele próprio diminua a sua
actividade física enquanto estiver mal mas que volte a mexer-se muito ou a
correr quando se sentir melhor. Procure fazer com que não se mexa demasiado até
estar totalmente recuperado, porque senão piorará da tosse.
Se tiver o nariz
entupido, aplique gotas de soro fisiológico. Se a mucosidade for muito
abundante ou espessa, aspire-a com uma pequena pêra de borracha ou utilize uma
sonda tipo NARHINEL®, tendo cuidado para não ferir a mucosa nasal. É bom que o
seu filho ingira muitos líquidos pois ajudá-lo-ão a fluidificar as suas
mucosidades, mas não o force se não lhe apetecer, e não espere que coma
demasiado quando estiver nesta situação. Os antitérmicos-analgésicos tipo
Paracetamol podem ser úteis para melhorar a sensação de mal-estar e para baixar
a febre. Nas laringites víricas, de longe as más frequentes, os antibióticos
não se encontram indicados. Por vezes, sobretudo nos casos de maior dificuldade
respiratória, o médico poderá receitar-lhe ou administrar-lhe
anti-inflamatórios ou fármacos que o ajudem a dilatar os brônquios. Estes
fármacos são normalmente administrados por inalação mediante câmaras especiais,
mas também por via oral. Se os sintomas forem graves, o caso poderá requerer
hospitalização e tratamento com medicamentos intravenosos em combinação com
inalados ou nebulizados.
CONTÁGIO DA LARINGITE
A laringite é
muito contagiosa durante os primeiros dias de duração da doença, e pouco se
pode fazer para evitar que outros membros da família sejam infectados. Na
verdade, é muito provável que se houver mais crianças em casa, apanhem uma
constipação com tosse e mucosidade, apesar de nem todas apresentarem
necessariamente o quadro completo mais aparatoso. Poderão voltar à escola ou ao
infantário quando já não tiverem febre, quando respirarem adequadamente e a
chiadeira tiver desaparecido, mas não é necessário esperar até deixarem de ter
tosse (pode prolongar-se durante muito mais dias).
Uma pessoa que esteja vacinada contra a
gripe pode apanhar constipações?
Existem mais de
200 tipos diferentes de vírus da constipação –diferentes dos vírus que podem
causar a gripe-, sendo os mais frequentes os do grupo de Rhinovirus, daí não
ser surpresa nenhuma que se possa contrair esta doença com alguma frequência. A
época do ano típica do aparecimento das constipações é de Setembro a Maio,
período durante o qual algumas pessoas susceptíveis podem apanhar entre 4 a 8 constipações. Isso
depende de vários factores, como a idade, a coexistência de alguma doença
crónica, especialmente se afectar o aparelho cárdio-respiratório ou as defesas
do organismo. Na infância, a frequência ou não de um infantário ou a presença
de irmãos que o frequentem podem ser factores determinantes na incidência do
contágio de constipações. Regra geral, se a criança for para um infantário
antes de completar 1 ano, apanhará 1 constipação por semana; se for antes dos 2
anos, 1 cada 2 semanas, e assim sucessivamente.
É verdade que a causa das constipações é
“apanhar frio” por não estarmos suficientemente agasalhados?
Existe a crença
comum de que as crianças se constipam porque “apanharam frio”, “por saírem com
o cabelo molhado”, “por causa da corrente de ar” ou “do ar frio”, mas estas não
passam de crenças sem grande fundamento, já que está mais do que provado que a
causa das constipações são vírus que se transmitem de pessoa para pessoa. Na
verdade, o que acontece é que os vírus que causam a constipação comum estão
mais presentes durante os meses de frio e reproduzem-se melhor a baixas
temperaturas. O contágio ocorre de criança para criança e é favorecido pela
convivência em grupos (escolas e, especialmente, infantários).
Como posso ajudar o meu bebé a eliminar as
mucosidades quando se constipa?
É muito
importante que ensine o seu filho a assoar-se a partir do momento em que seja
capaz de o fazer. Se não souber, faça você mesmo. Se o ambiente for seco (ou se
o aquecimento estiver ligado) o bebé poderá beneficiar do uso fraccionado de um
humidificador. As gotas de soro fisiológico ou a água do mar à pressão
aplicadas no nariz também o ajudarão a respirar melhor. Estes produtos
vendem-se nas farmácias sem receita médica com as marcas SORO FISIOLÓGICO®,
STERIMAR®, SINONMARIN® ou RHINOMER F1® e servem para favorecer a eliminação das
secreções e provocar espirros. Quando houver muco muito abundante ou espesso,
pode usar uma pêra ou seringa, ou uma sonda NARHINEL®, para extraí-lo, o que
será mais fácil depois de ter aplicado as gotas ou a água do mar. Estes métodos
encontram-se indicados desde que não se abuse, já que podem irritar a mucosa
nasal.
O meu filho
acaba sempre por ter que tomar antibióticos quando se constipa. Será que deve
fazê-lo desde o início para que a constipação dure menos?
O uso de
antibióticos não se encontra indicado para o tratamento das infecções
respiratórias víricas, como é o caso da constipação comum. A necessidade da sua
administração deve ser considerada apenas se existirem complicações supurativas
por sobreinfecção bacteriana: otite média, pneumonia, sinusite, etc...
Há uma semana que a minha filha tem
mucosidade e tosse. É a terceira constipação desde que entrou para o
infantário. Como poderei combater isto de uma vez por todas?
As constipações
não podem “ser combatidas”, a única solução é deixar que passem. Começam com o
incómodo e a mucosidade de cor clara no nariz e na garganta, febre moderada
(inferior a 39°) e tosse seca irritativa, que impede que durma bem. Além disso,
é comum os pacientes sentirem-se doentes e cansados. Alguns, inclusive, ficam
afónicos e com os olhos irritados e outros podem ter também dores de cabeça.
Não é pouco comum existirem sintomas digestivos. Os sintomas de catarro
melhoram em aproximadamente 3 dias ou ao fim de uma semana, embora a secreção
nasal se torne mais espessa e passe a ser amarela ou esverdeada, e a tosse
persista vários dias (sobretudo à noite) tornando-se mais “produtiva”. Os
sintomas desaparecem normalmente ao fim de 10 dias, mas a duração total da
constipação oscila entre 7 a
15 dias.
Devo assustar-me quando o meu bebé tem
laringite e não respira bem?
Sempre que
exista dificuldade respiratória deve ficar muito atenta aos sintomas de
gravidade, para poder considerar a necessidade de hospitalização. Um padrão
alterado da respiração (se respirar muito depressa e esta respiração for
queixosa ou sibilante, ou apresentar “chiadeira”), alterações na coloração da
pele, uma agitação ou sonolência excessivas, recusa da alimentação, febre alta
persistente, arrepios ou transpiração profusa indicam a necessidade de uma
avaliação médica imediata. Se o seu filho tiver dificuldade a engolir, se
salivar constantemente, se o peito afundar a cada respiração e os lábios
adquirirem uma cor roxa, se a chiadeira for intensa e ocorrer sobretudo quando
a criança inspira (mais do que quando tosse), deve levá-lo imediatamente a um
serviço de urgências.
É perigoso tomar cortisona para a bronquite e a laringite?
Tenho muito medo
que o meu filho, de dois anos, se torne dependente desta medicação, pois já a
tomou várias vezes no serviço de urgências.
A medicação
anti-inflamatória com corticóides é muito útil para tratar os sintomas nos
estados inflamatórios agudos das vias respiratórias: bronquite obstrutiva ou
asmática e laringite. O seu uso em períodos curtos de 3 a 5 dias não requer
precauções especiais, já que não cria “dependência”. A interrupção brusca após
o uso crónico de anti-inflamatórios pode apresentar maior risco, que pode ser
evitado diminuindo as doses de forma gradual em 1 ou 2 semanas.
Porque é que algumas crianças se constipam
com mais frequência ou gravidade do que outras?
É provável que
esse facto se deva à conjugação de vários factores: em primeiro lugar, à
imaturidade do sistema de defesas ou imunitário própria dos bebés a partir dos
6 meses de idade, coincidindo com a diminuição das defesas ou anticorpos
herdados da mãe no final da gravidez. Também contraem mais constipações se
frequentarem infantários ou se tiverem irmãos mais velhos que os frequentem.
Uma constituição alérgica também pode estar em causa, assim como a presença de
um crescimento excessivo das vegetações (ou adenóides) e das amígdalas.
Como distinguir entre alergia respiratória e constipação?
As constipações,
especialmente se forem frequentes, podem ser difíceis de distinguir de uma
alergia, pois os sintomas são semelhantes. As alergias tendem a produzir uma
secreção de mucosidade relacionada com as mudanças de estação ou com o contacto
com o pó, a humidade, etc. A alergia é acompanhada de tosse seca, espirros
muito frequentes e/ou seguidos, ardor nos olhos e lacrimação abundante. As
crianças com alergia não têm febre, rouquidão nem dores musculares. E,
contrariamente à constipação, as alergias duram normalmente mais de duas
semanas e podem ser mais bruscamente desencadeadas após a exposição ao factor
que as provoca (pó, pólen, etc.). Uma vez que o tratamento da constipação e da
alergia é diferente, consulte o médico em caso de dúvida.
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