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domingo, 30 de novembro de 2014

A constipaão comum



CONSELHOS SOBRE A TOSSE

A constipação comum é, na verdade, um conjunto de infecções víricas que afectam os canais nasais e a garganta e que produzem os sintomas típicos (de intensidade e duração variáveis) da constipação: nos primeiros dias, a criança tem mucos de cor clara ou transparente (como água), o nariz entupido, espirra de vez em quando e queixa-se de dores ou ardor na garganta; também pode apresentar uma febre moderada (menos de 39°) e uma tosse seca irritativa, frequente e incomodativa que a impede de dormir bem. Além disso, é comum queixarem-se que se sentem doentes e cansados. Alguns, inclusive, ficam afónicos e com os olhos irritados, enquanto que as crianças mais crescidas costumam também ter dores de cabeça. Não é pouco comum existirem sintomas digestivos associados, como diarreia, vómitos e uma sensação de pouco apetite (o nariz entupido faz com que se sintam incomodados ao comer).
Estas sensações tão incomodativas melhoram em cerca de 3 dias ou ao fim de uma semana, embora a secreção nasal se torne mais espessa e passe a ser amarela ou esverdeada, e a tosse perdure ainda por vários dias (sobretudo à noite) e se torne mais "produtiva" (parece vir do peito e "arranca" mucosidades que não se vêem porque são sempre engolidas). Os sintomas desaparecem normalmente em 10 dias, mas a duração total da constipação oscila entre 7 e 15 dias.

CAUSAS
Há mais de 200 tipos diferentes de vírus da gripe, sendo que os mais frequentes pertencem ao grupo dos Rhinovirus, por isso não é surpresa nenhuma que as crianças contraiam frequentemente esta doença. A época do ano típica do aparecimento das constipações é de Setembro a Maio, período durante o qual temos uma média de 4 a 8 constipações, apesar disso depender de vários factores, como a idade e a frequência ou não de um infantário (factor determinante no contágio de constipações). Regra geral, se a criança for para um infantário antes de completar 1 ano, apanhará 1 constipação por semana; se for antes dos 2 anos, 1 cada 2 semanas, e assim sucessivamente. As crianças que têm constipações frequentes normalmente não têm grandes problemas, especialmente se forem crescendo bem e não tiverem tido complicações delas resultantes. Não se preocupe demasiado com isso.
Existe a crença comum de que as crianças se constipam porque “apanharam frio”, “por saírem com o cabelo molhado”, “pela corrente de ar” ou “pelo ar frio”, mas estas não passam de crenças sem fundamento. Na verdade, o que acontece é que os vírus que causam a constipação comum estão mais presentes durante os meses de frio. O contágio dá-se de criança para criança e é favorecido pela convivência em grupos (escolas e, especialmente, infantários).

COMPLICAÇÕES
A ideia de que as complicações se devem a "constipações mal curadas" é errada, já que não existe nenhum tratamento eficaz contra elas e a única solução é esperar que as defesas da criança vençam o vírus, coisa que costuma acontecer quase sempre sem qualquer problema. A complicação mais comum é a infecção do ouvido, cujas suspeitas aparecem porque a criança se queixa de dores de ouvido, toca nele com frequência, ou está mais irritável. A febre, por sua vez, pode reaparecer ou não. A pneumonia (ou pulmonia) é uma rara complicação que faz com que a criança respire de forma rápida (mais de 40 vezes por minuto) e esforçada (pode ver-se claramente como o peito sobe e desce) e que a febre exceda os 39°. As sinusites são pouco frequentes em crianças pequenas, e costumam dar febre, dores de cabeça, mau hálito e olheiras. Detectam-se porque a criança parece ter piorado da constipação anterior e a sua secreção nasal continua a ser espessa, amarela ou verde, mais ou menos abundante para além dos 7-10 dias da constipação normal.

NOTA: Se suspeitar que o seu filho pode ter alguma destas complicações resultantes da constipação comum, ligue ao seu pediatra para o consultar ou dirija-se ao serviço de urgências. Lembre-se de que uma consulta telefónica não substitui uma visita em pessoa. Se estiver preocupado ou tiver dúvidas, vá ao médico.

MEDIDAS GERAIS PARA O TRATAMENTO
É muito importante que ensine o seu filho a assoar-se a partir do momento em que seja capaz de aprender a fazê-lo. Se não souber, faça você mesmo. Se o ambiente for seco (ou se o aquecimento estiver ligado) o bebé poderá beneficiar do uso fraccionado de um desumidificador. As gotas de soro fisiológico ou a água do mar à pressão aplicada no nariz também o ajudará a respirar melhor. Estes produtos vendem-se nas farmácias sem receita médica com as marcas SORO FISIOLÓGICO®, STERIMAR®, SINONMARIN® ou RHINOMER F1® e servem para favorecer a eliminação das secreções e provocar espirros. Quando houver muco muito abundante ou espesso, pode usar uma pêra ou seringa, ou uma sonda NARHINEL® para extraí-lo, o que será mais fácil depois de ter administrado as gotas ou a água do mar. Estes métodos são indicados desde que não se abuse deles, já que podem irritar a mucosa nasal.
Visto que as crianças constipadas têm dificuldades em comer e dormir, é mais prático utilizar os métodos mencionados antes das refeições e antes de se deitarem. Pode ser útil subir-lhes a cabeceira da cama pondo uma almofada macia ou uma peça de roupa por baixo da parte superior do colchão para que o nariz não fique tão entupido. Não misture preparados concentrados de ervas (eucaliptos, etc.) na água do desumidificador nem os aplique directamente na pele, especialmente nas crianças pequenas.

REMÉDIOS PARA A CONSTIPAÇÃO
Embora estejam à venda centenas de preparados para a constipação, a verdade é que não existem fármacos realmente eficazes para diminuir a sua duração e, além disso, alguns podem ter efeitos secundários. Não é aconselhável medicar as crianças com menos de 6 meses por este motivo, dado serem frequentes os efeitos secundários negativos. Também não é recomendável medicar as crianças maiores, a não ser que os sintomas sejam muito intensos (tosse ou obstrução nasal) e que seja necessário aliviá-los.
Se decidir medicar o seu filho, faça-o apenas nos momentos de maior necessidade (ao deitar ou antes de o levar à escola). Tenha o cuidado de lhe dar a dose recomendada para o seu peso ou idade (as doses erradas podem ser ineficazes ou prejudiciais) e deixe de o fazer se vir que não nota melhoras. Deve parar com a medicação quando a criança se sentir melhor e, em todo o caso, não prolongue um tratamento com fármacos durante mais de 7 dias sem primeiro ter consultado o seu pediatra.
Há quatro tipos de medicamentos que supostamente podem contribuir para aliviar os sintomas: os antihistamínicos, que diminem (mas tornam espessas) as secreções; os descongestionantes, que diminuem a inflamação das mucosas; os expectorantes, que favorecem a expulsão das secreções, e os antitussígenos, que aliviam a tosse (embora esta possa ser útil em algumas fases da constipação, já que ajuda a expulsar as mucosidades). As fricções no peito não têm qualquer utilidade e os antibióticos também não curam a constipação, mas sim as sobreinfecções causadas por outros micróbios (bactérias), e devem usar-se sempre por prescrição médica e nunca por iniciativa própria.

DIFERENÇAS ENTRE UMA CONSTIPAÇÃO E UMA ALERGIA
As constipações, especialmente se forem frequentes, podem ser difíceis de distinguir de uma alergia, devido à semelhança dos sintomas. As alergias tendem a produzir uma secreção de mucosidade relacionada com as mudanças de estação ou com o contacto com o pó, a humidade, etc. A alergia é acompanhada de tosse seca, espirros muito frequentes e/ou seguidos, ardor nos olhos e lacrimação abundante. As crianças com alergia não têm febre, rouquidão nem dores musculares. E, contrariamente à constipação, as alergias duram normalmente mais de duas semanas e podem ser mais bruscamente desencadeadas após a exposição ao factor que as provoca (pó, pólen, etc.) Uma vez que o tratamento da constipação e da alergia é diferente, consulte o médico em caso de dúvidas.

QUANDO DEVO LEVAR O MEU FILHO AO MÉDICO POR CAUSA DE UMA CONSTIPAÇÃO?
Requer atenção pediátrica imediata se:
• Tiver mais de 38° de febre e idade inferior a 2 meses.
• Lhe custar respirar e não parecer ter o nariz muito entupido.
• Respirar muito depressa e essa respiração for lamuriante ou sibilante, ou se apresentar “chiadeira”.
• Estiver tão irritável que não consegue acalmá-lo, ou tão sonolento que não consegue acordá-lo.
Pode esperar algumas horas se:
• Tiver dores de ouvido ou de cabeça.
• Tiver secreções amarelas ou purulentas nos olhos.
• Tiver febre há mais de 4 dias mas mantiver um bom estado geral.
• Tiver o nariz irritado, como se estivesse "em carne viva", ou tiver crostas.

CONDUTA PRÁTICA CONTRA A CONSTIPAÇÃO NUMA CRIANÇA
Se a criança se sentir cansada ou doente, e tiver febre, é importante que descanse, apesar de não ser necessário permanecer na cama. A maior parte das crianças constipadas mostram-se pouco activas até se sentirem melhor. Se já frequentarem um infantário, é conveniente manter os mais pequenos em casa durante 2 ou 3 dias enquanto se recuperam. Não há problema que os mais crescidos vão à escola se estiverem bem, a menos que tenham uma tosse frequente e intensa, febre ou outros sintomas que interfiram com o seu trabalho escolar.
É importante que lhes dê muitos líquidos para compensar as perdas produzidas pelo aumento de mucosidades. Além disso, isso ajudá-los-á a que os mucos sejam mais fluidos e as expectorações sejam mais eficazes, expulsando-os. Não se preocupe se o seu filho não tiver vontade de comer sólidos.

A febre não é prejudicial para o seu filho: é causada pelas defesas do organismo, que servem para combater melhor os vírus. Mas se ultrapassar os 38.5-39° ou se a criança se sentir mal, nesse caso o Paracetamol pode ser útil. Lembre-se de que deve adequar a dose ao peso do seu filho. Se tiver febre mas estiver a dormir tranquilamente, não o acorde para o medicar. A ASPIRINA® não é indicada para a febre causada por infecções víricas.

CONSELHOS GERAIS SOBRE A TOSSE
A tosse é um dos mecanismos que o corpo utiliza para eliminar as secreções infectadas que permanecem nas vias respiratórias. Quando a tosse é "produtiva" e "arranca mucosidade", não deve tentar suprimi-la a todo o custo, embora seja oportuno aliviá-la se esta impedir que a criança descanse. O uso exagerado de descongestionantes e calmantes da tosse nem sempre é muito eficaz e, além disso, pode interferir na tosse como mecanismo de defesa natural ao fazer com que as secreções sejam mais espessas e difíceis de eliminar. Se a tosse for muito irritativa e seca, os antitussígenos ou antiespasmódicos podem ser indicados durante os primeiros dias para melhorar um pouco o conforto do paciente. Depois não costumam melhorar a tosse residual, ou seja, a que se prolongará por mais 7 a 10 dias.

Importante: É pouco comum acontecer mas o começo brusco de um ataque de tosse "canina" pode fazer com que a criança se engasgue e indicar que um corpo estranho ficou alojado mesmo por baixo das cordas vocais. Se se encontrar perante uma situação deste tipo, dirija-se rapidamente ao seu médico ou ao serviço de urgências mais próximo.

A LARINGITE
A laringite, ou Croup, é uma doença do aparelho respiratório que afecta principalmente a laringe e as cordas vocais, mas que pode estender-se à traqueia e às vias respiratórias que conduzem aos pulmões (brônquios). A laringite é causada por muitos vírus diferentes, entre os quais se encontram os que produzem o catarro comum e a gripe. Actualmente, é muito raro ser causada por alguma bactéria. O contágio desta doença dá-se através das secreções respiratórias expulsas quando uma criança tosse ou espirra próximo da cara de outra. Quando estas secreções ficam depositadas num objecto, a criança também pode apanhar os germes ao tocar nele com os dedos e ao levar depois as mãos à boca, ao nariz ou aos olhos.
Os sintomas da doença começam 2 ou 3 dias após o contágio. É típica a tosse "canina" (que soa como o ladrar de um cão), seca, afónica ou "metálica". Geralmente, esta tosse agudiza-se e piora durante a noite, ou começa de madrugada. É acompanhada de rouquidão, dores ou ardor na garganta e, por vezes, de febre de 38º a 40º. Frequentemente, a tosse é tão intensa que origina vómitos. Outras vezes, a criança pode apresentar um ruído grosseiro chamado "chiadeira" cada vez que inala ar (inspira). A fase aguda da doença passa em apenas 2 ou 3 dias, mas a tosse mais suave e com mucosidade pode durar mais 1 ou 2 semanas.

Importante: Se o seu filho tiver dificuldades em engolir, se salivar constantemente, se o peito afundar a cada respiração e os lábios adquirirem uma cor roxa, se a chiadeira for intensa e ocorrer sobretudo quando a criança inspira (mais do que quando tosse), deve levá-lo imediatamente a um serviço de urgências.

TRATAMENTO DA LARINGITE
Quase todos os casos de laringite melhoram após a respiração num ambiente húmido, embora seja preferível este ser mais frio do que quente (a maioria dos desumidificadores produz ar quente). É aconselhável não agasalhar demasiado a criança nem mantê-la num compartimento fechado, desconfortável ou abafado. Pode ter a certeza de que melhorará muito se respirar o ar fresco da noite: na varanda, no terraço ou na rua. Não se preocupe com o facto de o deixar respirar este ar. Faça-o sem medo, não é por isso que "vai apanhar uma constipação mais forte". Por outro lado, é provável que ele próprio diminua a sua actividade física enquanto estiver mal mas que volte a mexer-se muito ou a correr quando se sentir melhor. Procure fazer com que não se mexa demasiado até estar totalmente recuperado, porque senão piorará da tosse.

Se tiver o nariz entupido, aplique gotas de soro fisiológico. Se a mucosidade for muito abundante ou espessa, aspire-a com uma pequena pêra de borracha ou utilize uma sonda tipo NARHINEL®, tendo cuidado para não ferir a mucosa nasal. É bom que o seu filho ingira muitos líquidos pois ajudá-lo-ão a fluidificar as suas mucosidades, mas não o force se não lhe apetecer, e não espere que coma demasiado quando estiver nesta situação. Os antitérmicos-analgésicos tipo Paracetamol podem ser úteis para melhorar a sensação de mal-estar e para baixar a febre. Nas laringites víricas, de longe as más frequentes, os antibióticos não se encontram indicados. Por vezes, sobretudo nos casos de maior dificuldade respiratória, o médico poderá receitar-lhe ou administrar-lhe anti-inflamatórios ou fármacos que o ajudem a dilatar os brônquios. Estes fármacos são normalmente administrados por inalação mediante câmaras especiais, mas também por via oral. Se os sintomas forem graves, o caso poderá requerer hospitalização e tratamento com medicamentos intravenosos em combinação com inalados ou nebulizados.

CONTÁGIO DA LARINGITE
A laringite é muito contagiosa durante os primeiros dias de duração da doença, e pouco se pode fazer para evitar que outros membros da família sejam infectados. Na verdade, é muito provável que se houver mais crianças em casa, apanhem uma constipação com tosse e mucosidade, apesar de nem todas apresentarem necessariamente o quadro completo mais aparatoso. Poderão voltar à escola ou ao infantário quando já não tiverem febre, quando respirarem adequadamente e a chiadeira tiver desaparecido, mas não é necessário esperar até deixarem de ter tosse (pode prolongar-se durante muito mais dias).

Uma pessoa que esteja vacinada contra a gripe pode apanhar constipações?
Existem mais de 200 tipos diferentes de vírus da constipação –diferentes dos vírus que podem causar a gripe-, sendo os mais frequentes os do grupo de Rhinovirus, daí não ser surpresa nenhuma que se possa contrair esta doença com alguma frequência. A época do ano típica do aparecimento das constipações é de Setembro a Maio, período durante o qual algumas pessoas susceptíveis podem apanhar entre 4 a 8 constipações. Isso depende de vários factores, como a idade, a coexistência de alguma doença crónica, especialmente se afectar o aparelho cárdio-respiratório ou as defesas do organismo. Na infância, a frequência ou não de um infantário ou a presença de irmãos que o frequentem podem ser factores determinantes na incidência do contágio de constipações. Regra geral, se a criança for para um infantário antes de completar 1 ano, apanhará 1 constipação por semana; se for antes dos 2 anos, 1 cada 2 semanas, e assim sucessivamente.

É verdade que a causa das constipações é “apanhar frio” por não estarmos suficientemente agasalhados?
Existe a crença comum de que as crianças se constipam porque “apanharam frio”, “por saírem com o cabelo molhado”, “por causa da corrente de ar” ou “do ar frio”, mas estas não passam de crenças sem grande fundamento, já que está mais do que provado que a causa das constipações são vírus que se transmitem de pessoa para pessoa. Na verdade, o que acontece é que os vírus que causam a constipação comum estão mais presentes durante os meses de frio e reproduzem-se melhor a baixas temperaturas. O contágio ocorre de criança para criança e é favorecido pela convivência em grupos (escolas e, especialmente, infantários).

Como posso ajudar o meu bebé a eliminar as mucosidades quando se constipa?
É muito importante que ensine o seu filho a assoar-se a partir do momento em que seja capaz de o fazer. Se não souber, faça você mesmo. Se o ambiente for seco (ou se o aquecimento estiver ligado) o bebé poderá beneficiar do uso fraccionado de um humidificador. As gotas de soro fisiológico ou a água do mar à pressão aplicadas no nariz também o ajudarão a respirar melhor. Estes produtos vendem-se nas farmácias sem receita médica com as marcas SORO FISIOLÓGICO®, STERIMAR®, SINONMARIN® ou RHINOMER F1® e servem para favorecer a eliminação das secreções e provocar espirros. Quando houver muco muito abundante ou espesso, pode usar uma pêra ou seringa, ou uma sonda NARHINEL®, para extraí-lo, o que será mais fácil depois de ter aplicado as gotas ou a água do mar. Estes métodos encontram-se indicados desde que não se abuse, já que podem irritar a mucosa nasal.
O meu filho acaba sempre por ter que tomar antibióticos quando se constipa. Será que deve fazê-lo desde o início para que a constipação dure menos?
O uso de antibióticos não se encontra indicado para o tratamento das infecções respiratórias víricas, como é o caso da constipação comum. A necessidade da sua administração deve ser considerada apenas se existirem complicações supurativas por sobreinfecção bacteriana: otite média, pneumonia, sinusite, etc...

Há uma semana que a minha filha tem mucosidade e tosse. É a terceira constipação desde que entrou para o infantário. Como poderei combater isto de uma vez por todas?
As constipações não podem “ser combatidas”, a única solução é deixar que passem. Começam com o incómodo e a mucosidade de cor clara no nariz e na garganta, febre moderada (inferior a 39°) e tosse seca irritativa, que impede que durma bem. Além disso, é comum os pacientes sentirem-se doentes e cansados. Alguns, inclusive, ficam afónicos e com os olhos irritados e outros podem ter também dores de cabeça. Não é pouco comum existirem sintomas digestivos. Os sintomas de catarro melhoram em aproximadamente 3 dias ou ao fim de uma semana, embora a secreção nasal se torne mais espessa e passe a ser amarela ou esverdeada, e a tosse persista vários dias (sobretudo à noite) tornando-se mais “produtiva”. Os sintomas desaparecem normalmente ao fim de 10 dias, mas a duração total da constipação oscila entre 7 a 15 dias.

Devo assustar-me quando o meu bebé tem laringite e não respira bem?
Sempre que exista dificuldade respiratória deve ficar muito atenta aos sintomas de gravidade, para poder considerar a necessidade de hospitalização. Um padrão alterado da respiração (se respirar muito depressa e esta respiração for queixosa ou sibilante, ou apresentar “chiadeira”), alterações na coloração da pele, uma agitação ou sonolência excessivas, recusa da alimentação, febre alta persistente, arrepios ou transpiração profusa indicam a necessidade de uma avaliação médica imediata. Se o seu filho tiver dificuldade a engolir, se salivar constantemente, se o peito afundar a cada respiração e os lábios adquirirem uma cor roxa, se a chiadeira for intensa e ocorrer sobretudo quando a criança inspira (mais do que quando tosse), deve levá-lo imediatamente a um serviço de urgências.

É perigoso tomar cortisona para a bronquite e a laringite?
Tenho muito medo que o meu filho, de dois anos, se torne dependente desta medicação, pois já a tomou várias vezes no serviço de urgências.
A medicação anti-inflamatória com corticóides é muito útil para tratar os sintomas nos estados inflamatórios agudos das vias respiratórias: bronquite obstrutiva ou asmática e laringite. O seu uso em períodos curtos de 3 a 5 dias não requer precauções especiais, já que não cria “dependência”. A interrupção brusca após o uso crónico de anti-inflamatórios pode apresentar maior risco, que pode ser evitado diminuindo as doses de forma gradual em 1 ou 2 semanas.

Porque é que algumas crianças se constipam com mais frequência ou gravidade do que outras?
É provável que esse facto se deva à conjugação de vários factores: em primeiro lugar, à imaturidade do sistema de defesas ou imunitário própria dos bebés a partir dos 6 meses de idade, coincidindo com a diminuição das defesas ou anticorpos herdados da mãe no final da gravidez. Também contraem mais constipações se frequentarem infantários ou se tiverem irmãos mais velhos que os frequentem. Uma constituição alérgica também pode estar em causa, assim como a presença de um crescimento excessivo das vegetações (ou adenóides) e das amígdalas.

Como distinguir entre alergia respiratória e constipação?
As constipações, especialmente se forem frequentes, podem ser difíceis de distinguir de uma alergia, pois os sintomas são semelhantes. As alergias tendem a produzir uma secreção de mucosidade relacionada com as mudanças de estação ou com o contacto com o pó, a humidade, etc. A alergia é acompanhada de tosse seca, espirros muito frequentes e/ou seguidos, ardor nos olhos e lacrimação abundante. As crianças com alergia não têm febre, rouquidão nem dores musculares. E, contrariamente à constipação, as alergias duram normalmente mais de duas semanas e podem ser mais bruscamente desencadeadas após a exposição ao factor que as provoca (pó, pólen, etc.). Uma vez que o tratamento da constipação e da alergia é diferente, consulte o médico em caso de dúvida. 

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