Como manter um bom relacionamento com os filhos adultos
Uma grande dificuldade para os pais é
enfrentar a realidade de que seus filhos cresceram, tornaram-se independentes e
já não precisam mais deles o tempo todo. A questão é tão séria que muitos pais
desenvolvem processos depressivos nessa fase, principalmente quando os filhos
saem de casa e passam a ter vida própria. É a chamada “síndrome do ninho vazio”.
Até certo ponto existe uma normalidade nesse
sentimento de vazio, afinal, foram anos de dedicação na criação dos filhos com
a casa cheia e tantas preocupações diárias com estudo, higiene, cuidados
médicos, educação... Mas é preciso aceitar que este é o ciclo da vida e,
portanto, não há como evitar. O grande problema é quando essa aceitação não
existe e os pais passam a exigir e cobrar dos filhos uma atenção que não mais
lhes pertence, ou melhor, não lhes é mais exclusiva.
Então se desencadeiam conflitos intensos entre
pais e filhos, pai e mãe, pais, genros e noras e assim por diante. Além dos
conflitos íntimos que surgem através de emoções como a raiva e a pena que se
manifestam na culpa torturante pela discordância entre pessoas que se amam.
Essa é uma situação lamentável e de grande sofrimento que os pais podem evitar
através da adequação da relação com os filhos adultos.
Nesse sentido, algumas dicas podem ser
interessantes:
1- Aceite que um ciclo se fechou em sua vida e
permita que outro se abra: você fez o que podia enquanto eles cresciam, não
seria o momento de aproveitar o tempo livre para você mesmo? Quem sabe retomar
projetos antigos que foram sempre adiados? Trabalhos, cursos, programas com
amigos. Esse não seria também um bom momento para investir em seu
relacionamento conjugal? Lembre-se que a satisfação dos pais é ponto importante
no bom relacionamento com os filhos.
2- Olhe as coisas pelo lado positivo; filhos
independentes representam uma grande vitória para os pais, afinal criamos
nossos filhos para o mundo, não é mesmo? Bom lembrar que por independentes não
se pode entender que eles não precisem mais de você, muito pelo contrário, sem
cobranças eles serão os primeiros a querer que os pais participem de suas
decisões na vida. Esse convívio é importante para toda a família.
3- Evite, pois, qualquer tipo de cobrança.
Demonstre compreensão com a falta de tempo deles ou com suas escolhas pessoais.
Nenhum tipo de relacionamento funciona baseado em exigências, sejam elas hostis
ou dissimuladas. Pais que se fazem de vítimas para manter seus filhos por perto
podem até alcançar esse intento, mas não haverá prazer na convivência. É mais
questão de qualidade do que de quantidade.
4- Esteja receptivo a uma conversa. Os pais se
acostumam a falar muito e escutar pouco, isso sempre é um transtorno, mas na
vida adulta se intensifica. Pais não são os donos da verdade simplesmente
porque desejam o melhor para seus filhos; é preciso prestar atenção nas
considerações deles. Você pode até discordar e deixar isso claro, mas é
necessário acatar as ideias diferentes.
5- Se os filhos adultos ainda morarem com os pais
é preciso estabelecer um novo pacto familiar, onde os filhos compreendam a
necessidade de respeitar o fato de quem manda na casa são os pais, mas os pais
também compreendam que seus filhos adultos são capazes e devem tomar suas
próprias decisões, arcando com as consequências, principalmente quando já se
sustentam.
6-E, por fim, seja o ombro amigo para seus
filhos, essa é uma das grandes vantagens de tê-los adultos: você agora pode ser
mais amigo do que tutor.
Importante concluir que há beleza em todas as
faces da vida basta que nos dediquemos a enxergá-las.
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